Pular para o conteúdo

Educação Física no Brasil: Surgimento e Trajetória

Educação Física no Brasil
COMPARTILHE!

Introdução: Educação Física no Brasil

Conheça a trajetória da Educação Física no Brasil até os dias atuais, o surgimento da Educação Física brasileira, as diversas fases da Educação Física brasileira (Higienista, Militarista, Pedagogicista, Competitivista e Popular e a Regulamentação da profissão de Educação Física no Brasil.

O Surgimento da Educação Física no Brasil

Os princípios que nortearam a introdução da Educação Física no país surgiram em 1810 com a Carta Régia que implementava a Ginástica Alemã na Academia Real Militar, no Brasil Império.

Das iniciativas do meio político e intelectual, cabe destacar o primeiro livro brasileiro de Educação Física: o “Tratado de Educação Física – Moral dos Meninos”, escrito por Joaquim Jerônimo Serpa, em 1828, que enfatizava a saúde do corpo e espírito.

O parecer de Rui Barbosa em 1882 – “Reforma do Ensino Primário” – tratou a Educação Física como parte fundamental para a formação moral da juventude e reforçou sua importância na grade escolar. Foi o início da história da Educação Física Escolar no Brasil e das grandes fases que passaria.

Leia também ⇒ O que é Educação Física

Conheça as Fases da Educação Física no Brasil

Veja também >> Abordagens Pedagógicas da Educação Física

A Educação Física Higienista (1889 a 1930)

O pensamento médico-higienista promovia medidas sanitárias, sociais e educacionais que tinham como objetivo o aprimoramento das qualidades hereditárias (eugenia) e o afastamento das pessoas de práticas e vícios que poderiam deteriorar a vida coletiva, uma preocupação das elites para a consolidação de uma nova sociedade industrial e seu treinamento militar.

Em 1870, a ginástica passava a ser uma disciplina prática obrigatória em todas as escolas e, nos anos seguintes, também foi estendida ao sexo feminino. Em 1929, o Conselho Superior de Educação Física, subordinado ao Ministério da Guerra, ficava com o papel centralizador das atividades relativas à matéria e ao desporto.

A Educação Física Militarista (1930 a 1945)

A Educação Física foi vista como um poderoso suporte para o fortalecimento do Estado. Houve a militarização do corpo com ações que promoviam a ordem moral e cívica e o preparo físico para a defesa da nação, além do aprimoramento para a força de trabalho. A eugenia ainda mantinha sua expressividade.

Em 1931, a Reforma Francisco Campos tornou a Educação Física, enquanto ginástica, obrigatória no ensino secundário. Foi o momento em que surgiram as primeiras escolas superiores de Educação Física, enquanto o método francês aplicado enfatizava os desportos coletivos.

A Educação Física Pedagogicista (1945 a 1964)

Com o fim do Estado Novo, a ginástica perdeu espaço para o esporte e a Educação Física começou a ser encarada como uma prática educativa. A matéria foi dirigida para a saúde (mental e física), caráter moral, preparação vocacional e incentivada a ser realizada nas horas livres, buscando-se a promoção da educação integral.

Mesmo assim, a fase pedagógica da Educação Física não realizou mudanças significativas, regularizando apenas o que já estava estabelecido anteriormente.

A Educação Física Competitivista (1964-1985)

Com o espírito nacionalista instigado pela Ditadura Militar na década de 70, a Educação Física baseou-se na pedagogia tecnicista com metas na produtividade. A política educacional trazia a valorização do esporte em detrimento a outras práticas, priorizando o rendimento físico e movimentos mecânicos para se atingir um melhor desempenho esportivo.

Professor virou “treinador” e o aluno “atleta”, na busca por heróis que orgulhassem a nação. A Educação Física ganhou um grande investimento no período, além do caráter ideológico que incentivou a competição e a superação individual.

A Educação Física Popular (1985 até hoje)

O modelo anterior foi bastante contestado por educadores. Novas tendências, com a abertura democrática na sociedade, surgiram para a Educação Física. A fase popular teve como base a organização, solidariedade, ludicidade e mobilização que envolvesse o ser humano nas práticas corporais.

Foi o período em que ocorreu o boom das academias, a valorização do fitness e da musculação. A partir da década de 90, a qualidade de vida ganhou destaque na preocupação social e a Educação Física foi valorizada como um alicerce essencial para o bem-estar.

Nos currículos escolares, a Educação Física também foi aplicada nas séries iniciais, proporcionando, desde cedo, formas recreativas, alegres, educativas e inclusivas para o desenvolvimento psicomotor do aluno e suas potencialidades em diversas dimensões e fases.

E apesar da ocorrência de algumas reformas políticas atuais na educação, a Educação Física no Brasil segue como uma grande e importante promotora de saúde que beneficia toda a população.

A Regulamentação da Educação Física no Brasil

Em 1998 o processo de regulamentação da profissão Educação Física foi aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro, criando o sistema CONFEF/CREF, e promulgado pelo Presidente da República em 01/09/98. Desde então o dia 1º de Setembro passou a ser o Dia do Profissional de Educação Física.

O Sistema Confef/Cref regulamenta e fiscaliza a prática profissional de Educação Física no Brasil, ou seja, para trabalhar na área de Educação Física você deve ser formado em Educação Física o obter o registro profissional no CREF da sua região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: A história que não se conta. 4ª ed. São Paulo: Papirus, 1994.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *